O partido de extrema-direita faz uma exigência crítica sobre benefícios sociais, ameaçando a aprovação da nova lei de imigração de Portugal.
O líder do Chega, André Ventura, insiste que os imigrantes devem contribuir durante cinco anos antes de acederem aos apoios sociais, uma condição que a coligação PSD ainda não aceitou. Este impasse coloca toda a revisão do Lei de Estrangeiros (Lei de Estrangeiros) em risco antes de uma votação parlamentar crucial.
Um impasse político ameaça fazer descarrilar a nova legislação de imigração de Portugal, a revista Lei de Estrangeiros (Lei dos Estrangeiros). O partido de extrema-direita Chega fez uma exigência inegociável: os imigrantes devem contribuir para o sistema de segurança social durante cinco anos antes de poderem ter acesso aos benefícios de apoio social.
O líder do Chega, André Ventura, afirmou que esta condição é "decisiva" para o apoio do seu partido. Sem ela, alertou, não haverá acordo com a coligação PSD no poder, o que pode deixar o país sem uma lei revista.
“Infelizmente, estamos à beira de não ter uma Lei de Estrangeiros”, disse Ventura. Ele argumentou que uma lei sem limites de entrada ou comprovação de recursos econômicos cria um perigoso “efeito de chamada” para a imigração. Ele enfatizou que os recém-chegados não devem vir com a expectativa de se beneficiar imediatamente do sistema nacional de previdência social (Segurança Social).
O impasse de cinco anos
A principal reivindicação de Ventura é simples: “Concorda ou não que os imigrantes que chegam a Portugal devem ter pelo menos cinco anos de contribuições antes de poderem ter acesso aos subsídios da Segurança Social?”
As negociações entre o Chega e o PSD prosseguiram durante o fim de semana, mas não se chegou a um consenso sobre este ponto específico. O Chega afirma já ter chegado a um acordo sobre outras questões e apela agora ao PSD para que chegue a um acordo sobre o que considera ser uma questão "fundamental" e "estruturante".
Ventura rejeitou os argumentos de que a proposta poderia ser inconstitucional. Ele argumentou que a Constituição não deveria ser um "bloqueio para tudo", questionando o sistema atual que permite que recém-chegados utilizem o serviço nacional de saúde (Saúde) sem pagar. Ele sugeriu que o Tribunal Constitucional não gostaria de criar o “caos” no país ao bloquear medidas destinadas a gerir os fluxos imigratórios.
Reunificação Familiar e Outras Mudanças
Além dos benefícios sociais, o Chega também pressiona por regras mais rigorosas em matéria de reunificação familiar (reagrupamento familiar). O partido propõe que a reunificação familiar só seja permitida 18 meses após o casamento.
Enquanto isso, o governo, liderado pelo PSD, tenta contornar a pressão política e, ao mesmo tempo, abordar as questões levantadas pelo Tribunal Constitucional, que já havia rejeitado partes da proposta de lei. O novo projeto mantém o requisito geral de residência de dois anos para o reagrupamento familiar, mas introduz diversas exceções.
Por exemplo, o período de espera é reduzido para um ano para cônjuges que coabitaram com o requerente no ano anterior à sua imigração para Portugal. Profissionais altamente qualificados ou portadores de autorização de residência para investimento estão isentos de qualquer período de espera para reagrupamento familiar.
Governo rejeita táticas de “distração”
O ministro da Presidência, António Leitão Amaro, sugeriu que a exigência do Chega relativamente aos apoios sociais não tem relação com o núcleo Lei de Estrangeiros debate e é apenas uma tática para “distrair”.
“Se alguém quiser falar sobre questões que não têm nada a ver com o assunto, pode simplesmente introduzir questões para confundir”, disse Leitão Amaro, acrescentando que misturar temas não contribui para uma solução. Ele confirmou que a lei a ser votada no Parlamento não precisa ser idêntica à proposta inicial, reconhecendo que ajustes são normais durante o diálogo parlamentar.
O governo está a pressionar por um diálogo sério, esperando que todos os partidos, incluindo o Chega e o PS (Partido Socialista) da oposição, contribuam para encontrar uma solução para regular a imigração antes da votação marcada para terça-feira de manhã.
Por que isso é importante para imigrantes e residentes
O resultado desta luta política afeta diretamente qualquer pessoa que planeje se mudar para Portugal ou que já resida aqui. Lei de Estrangeiros rege as regras de entrada, residência e vida familiar. Os principais pontos de discórdia são:
- Acesso ao Suporte Social: Se a regra de contribuição de cinco anos do Chega for aprovada, os novos imigrantes enfrentarão um atraso significativo antes de poderem acessar redes de segurança cruciais, como seguro-desemprego ou auxílio-renda mínima, mesmo que estejam trabalhando legalmente e contribuindo para o sistema. Isso aumentaria o risco financeiro para os recém-chegados.
- Reagrupamento familiar: Embora a proposta do governo vise aliviar algumas restrições para cônjuges, a pressão do Chega por uma exigência de casamento de 18 meses pode complicar o processo para novas famílias.
- Clareza jurídica: A não aprovação de uma lei revista cria uma incerteza contínua em relação aos procedimentos de imigração, o que afecta os tempos de processamento de vistos e pedidos de residência na AIMA (Agência para a Integração, Migrações e Asilo).
Camada de ação: Se você está atualmente solicitando residência ou planejando usar a reunificação familiar, acompanhe de perto a votação parlamentar. O texto final do Lei de Estrangeiros ditará os requisitos para comprovação de recursos e situação familiar. Certifique-se de que todos os seus documentos, especialmente comprovantes de moradia e recursos financeiros, sejam robustos, pois a incerteza política frequentemente leva a uma fiscalização mais rigorosa por parte das autoridades de imigração. O debate destaca a crescente pressão política para garantir que os imigrantes sejam vistos como contribuintes, e não como beneficiários imediatos, do Estado de bem-estar social português.
Conclusão / Conclusão principal
A disputa política em torno da lei de imigração portuguesa gira em torno de quem paga o apoio social e quando. Se a exigência do Chega por um período de contribuição de cinco anos for aprovada, os novos imigrantes enfrentarão uma barreira financeira muito maior para a entrada. Acompanhe de perto a votação parlamentar, pois a lei final definirá os requisitos financeiros e familiares para residência em Portugal.
FAQ: Compreendendo os Termos Principais
P: O que é o Lei de Estrangeiros?
A: O Lei de Estrangeiros (Lei de Estrangeiros) é a principal legislação em Portugal que define as condições de entrada, permanência, saída e afastamento de cidadãos estrangeiros do território nacional. As revisões estão atualmente em debate no Parlamento.
P: O que é Segurança Social?
A: Segurança Social O Chega é o sistema nacional de segurança social de Portugal. Cobre benefícios como pensões, subsídio de desemprego, licença parental e vários subsídios sociais. O Chega pretende restringir o acesso a estes subsídios a novos imigrantes durante cinco anos.
P: O que é reagrupamento familiar?
A: Reagrupamento familiar é o processo legal que permite a um estrangeiro residente em Portugal trazer familiares próximos (cônjuge, filhos, pais) para viverem consigo no país, concedendo-lhes também autorização de residência.
P: Qual é o papel do PSD e do Chega neste debate?
R: O PSD é o partido líder na atual coligação governamental minoritária. O Chega é o terceiro maior partido e um ator fundamental cujo apoio ou abstenção é frequentemente necessário para aprovar leis, o que lhe confere uma influência significativa sobre o texto final da lei.
Fontes:
DN/Lusa. (2025, 29 de setembro). Ventura coloca restrições de acesso a apoios sociais como condição para aprovar lei de estrangeiros. Diário de Notícias.